Ela sabia o que estava sentindo aquela noite.
- amor, eu tive um pesadelo - e com a voz manhosa se aconchegou ao lado dele.
- o que foi? - ainda esfregando os olhos ele perguntou.
- não sei - e se encostou ainda mais nele, como se seus corpos pudessem ser um só.
Ele se encostou de novo, tentando recuperar o sono perdido. Tentando adormecer.
Ainda naquela madrugada:
- amor! - chamou ela.
- Oi, que tá havendo? - meio que se levantando da cama.
- acho que não foi nada - respondeu de forma duvidosa.
- de novo? Eu preciso dormir, acordo cedo amanhã. Tenho que ir trabalhar - irritação - o que está havendo? O que vc quer?
- é que - ela se sentou na cama - eu estava pensando: as coisas estão bem entre a gente?
- podemos falar sobre isso depois!? Amanhã é um dia cheio.
- não sei, amanhã tudo vai estar melhor - ela sentia aquilo - e eu não quero que esteja.
- eu entendo! Mas eu preciso mesmo dormir.
- não sei o que quero ou preciso - e sua voz passava dúvidas.
- sobre o que? - ele estava curioso.
- sobre nos. Acho que não quero mais ficar com você. Não quero mais.
- mas ontem estava tudo bem - preocupação - não entendo você.
Ela de levantou da cama. Ele permaneceu sentado.
- eu vou embora.
- fique! Já é tarde, amanhã conversamos melhor.
Ela se trocou e foi embora.
E pra ele o dia de amanhã não importava mais, nem seu trabalho e nem o dia cheio. Então ele lembrou: por duas vezes ela chamou por amor naquela noite, e ele não respondeu.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Insistência
sábado, 28 de março de 2009
Vocês duas.
Entro em confronto. Comigo mesmo.
-Isso é mau, isso é mal.
Ora essa, eu sei. Ninguem melhor que eu, eu sei.
-Já viu como eu consigo controlar. Ainda tem muitas coisas que você precisa ver, mas essa, você já viu.
-E como é isso?
-Desconforto. Tudo se resumi a isso. Quanto mais desconfortavel eu consigo ser, mais forte eu estou. É que eu me sinto sufocado. Como se houvesse alguem me enforcando, entende? Mas esse alguem, sou eu mesmo. - Sei o que sou.
-Fale mais! - Curiosidade e medo.
-O problema de entrar em guerra com você mesmo, é que as fraquezas são tão visiveis. Tão presentes.
-Quais são elas?
-Eu mesmo sei, que as fraquezas dele são a dor. As minhas, são o amor. E talvez eu controle um com o outro. E eu sei, posso tomar o controle total. Mas é que, os remedios, as pilulas, uma hora não se tornaram fortes o suficiente. Porque do mesmo modo que eu, ele se torna forte as suas fraquezas.
-Então, você vai jogar seus remedios pelo ralo?
-Não. Nada vai pelo ralo. E mesmo assim, preciso aprender a conviver. Independente da dor. Independente da angustia. É com angustia que ele se fortalesse. É com amor, e dor, que ele se enfraquesse. Então, eu te imploro, me permita ser fraco as vezes, me permita. Pois saiba que dentro de tudo, te amo muito.
Deitarei. Com mais uma batalha ganha, mais um round. E até que chegará o momento, que vencerei a guerra.
Fale pra ela, e tenha em tua cabeça: Voltarei a tomar meus remedios. Voltarei as pilulas. Mas semprei tentarei controlar. E no momento que tudo estiver vencido. Eu vencerei. Pode ficar sussegada, não vou me render.
E mesmo assim, obrigado pelo apoio, um abraço forte já me diz tudo. E 0 meu muito obrigado, é mais que gratidão, é um pedido. Confie em mim. E não me negue ajuda, pois eu te ajudarei.
-Isso é mau, isso é mal.
Ora essa, eu sei. Ninguem melhor que eu, eu sei.
-Já viu como eu consigo controlar. Ainda tem muitas coisas que você precisa ver, mas essa, você já viu.
-E como é isso?
-Desconforto. Tudo se resumi a isso. Quanto mais desconfortavel eu consigo ser, mais forte eu estou. É que eu me sinto sufocado. Como se houvesse alguem me enforcando, entende? Mas esse alguem, sou eu mesmo. - Sei o que sou.
-Fale mais! - Curiosidade e medo.
-O problema de entrar em guerra com você mesmo, é que as fraquezas são tão visiveis. Tão presentes.
-Quais são elas?
-Eu mesmo sei, que as fraquezas dele são a dor. As minhas, são o amor. E talvez eu controle um com o outro. E eu sei, posso tomar o controle total. Mas é que, os remedios, as pilulas, uma hora não se tornaram fortes o suficiente. Porque do mesmo modo que eu, ele se torna forte as suas fraquezas.
-Então, você vai jogar seus remedios pelo ralo?
-Não. Nada vai pelo ralo. E mesmo assim, preciso aprender a conviver. Independente da dor. Independente da angustia. É com angustia que ele se fortalesse. É com amor, e dor, que ele se enfraquesse. Então, eu te imploro, me permita ser fraco as vezes, me permita. Pois saiba que dentro de tudo, te amo muito.
Deitarei. Com mais uma batalha ganha, mais um round. E até que chegará o momento, que vencerei a guerra.
Fale pra ela, e tenha em tua cabeça: Voltarei a tomar meus remedios. Voltarei as pilulas. Mas semprei tentarei controlar. E no momento que tudo estiver vencido. Eu vencerei. Pode ficar sussegada, não vou me render.
E mesmo assim, obrigado pelo apoio, um abraço forte já me diz tudo. E 0 meu muito obrigado, é mais que gratidão, é um pedido. Confie em mim. E não me negue ajuda, pois eu te ajudarei.
domingo, 22 de março de 2009
Rendição
Essa manhã veio cantando. Entrou rodando, rodando, rodando e rodando. Bonasera, Bonasera, por que me desrespeita tanto? É o que diria Marlon Brando, eu sei. Deveria ter dito isso, é o melhor jeito de ver o mundo. Com os olhos de Marlon Brando.
-O que você quer? - Minha cabeça roda mais do que ela.
-Venho estragar a fantasia do mistério.
-Não, não o meu mistério.
Levanto meus punhos cerrados, suas laterais já estão mordidas pela ansiedade. A quem estou enganando? Nunca ganho uma briga, especialmente com ela. Tente engana-la. Não, não vai funcionar. Você sabe que funciona, é so me dar liberdade. Liberdade? Darei-te o inferno, animal. E espero que fique contente. Amo-te, desgraçado. Vai afundar sem mim, já sabes. Fica calado, volta ao teto de tua casa. Minhas risadas encomodam? O tom de tua palavra me enoja, e ainda sim ouço-te... Sabes que é obrigado a ouvir-me. Está em minha mente. Somos suspeitos de um crime perfeito, sempre seremos. Não. Crimes perfeitos não deixam suspeitos.
E ela vem. Mãos erguidas, é o carrasco mais sexy que já vi. Que belas curvas, morrerei de tesão essa noite, se possivel, morrerei assim a semana toda.
Ela tirá o cigarro de minha mão. Devia ter me permitido mais. Cala-te, criança. Palavras sempre estragam bons momentos.
Apaga-o na palma de minha mão, e vejo minha linha da vida queimar.
Um beijo, e os corpos deitam-se.
Não se luta com uma mulher, não lute se não puder vencer. Onde aprendi a ser homem, não me ensinaram essa lição. Que escola mais vagabunda.
-O que você quer? - Minha cabeça roda mais do que ela.
-Venho estragar a fantasia do mistério.
-Não, não o meu mistério.
Levanto meus punhos cerrados, suas laterais já estão mordidas pela ansiedade. A quem estou enganando? Nunca ganho uma briga, especialmente com ela. Tente engana-la. Não, não vai funcionar. Você sabe que funciona, é so me dar liberdade. Liberdade? Darei-te o inferno, animal. E espero que fique contente. Amo-te, desgraçado. Vai afundar sem mim, já sabes. Fica calado, volta ao teto de tua casa. Minhas risadas encomodam? O tom de tua palavra me enoja, e ainda sim ouço-te... Sabes que é obrigado a ouvir-me. Está em minha mente. Somos suspeitos de um crime perfeito, sempre seremos. Não. Crimes perfeitos não deixam suspeitos.
E ela vem. Mãos erguidas, é o carrasco mais sexy que já vi. Que belas curvas, morrerei de tesão essa noite, se possivel, morrerei assim a semana toda.
Ela tirá o cigarro de minha mão. Devia ter me permitido mais. Cala-te, criança. Palavras sempre estragam bons momentos.
Apaga-o na palma de minha mão, e vejo minha linha da vida queimar.
Um beijo, e os corpos deitam-se.
Não se luta com uma mulher, não lute se não puder vencer. Onde aprendi a ser homem, não me ensinaram essa lição. Que escola mais vagabunda.
sábado, 14 de março de 2009
Desculpa pelas desculpas
Essa manhã é diferente. Sabe, é o tipo da qual nem deveria acontecer. Talvez pelo calor, pela obra lá fora, por favor, parem de quebrar pedras com britadeiras. Não aguento mais.
Mas a grande diferença dessa manhã é a filosofia, maldita filosofia. Pensamentos, e não sei quem foi o tolo que os inventou, mas poderia fazer a finesa de desinventa-los.
Penso nas palavras da noite anterior, nem todas estão aqui, algumas foram consumidas pelo alcool que eu consumi. Desculpa, é essa que me marca. Senhora, um carinho nunca deve vir acompanhado de desculpas, não faça isso, não essa violencia. Não condeno, cometi o mesmo crime, somos cumplices, alias, sempre fomos, em nossos pensamentos, filosofias e mentiras, e assim como ontem, sempre regadas a alcool. Sinceramente, pra mim foi muito bom o carinho, não me arrependo e não me encomodo, espero que seja o mesmo de sua parte.
Bom, façamos um acordo, retiro minhas desculpas e sinceramente, descarto as tuas. Tu és minha companheira, e sou teu companheiro. Aceitemos que estamos em boas companhias, e como um trato, fiquemos calados. De ontem pra hoje, nada mudou, cantamos as mesmas canções e falamos as mesmas loucuras. Alias, agora que lembrei, precisamos falar de Mozarts e Beethovens, lembrei disso que não complementei ontem. E sinceramente, espero que nada mude, porque em mim não vai mudar, continuarei a amar a sua pessoa, espero que tambem continue a amar-me, e ficaremos felizes assim. Suas respostas são sempre bem vindas, ainda que sejam em letras e não em palavras.
Beijos, e bom fim de semana.
domingo, 8 de março de 2009
Chiqueiro
Tranca-te senhor!
Esconde teu semblante entre paredes,
trancado em tua casa, esperando como quem aguarda o diabo.
E canhões cercam,
E soldados intimidam.
Estas perdido agora.
-Mata-lo-ei, verme!
-Entras e destruirei cada um de teus lacaios, e quando levanteres, estarei montado em tuas costas.
Calor aumenta, a faixa de pedestre queima. E os passantes enfeitiçados.
-Procuras uma saida, vamos. Tranca-te 7 dias e 7 noites, fica no teto de tua casa, e mesmo assim não estaras abrigado.
-Oh Deus, minhas defesas caem e o homem mal agora está lá fora, esperando para entrar de madrugada e botar-me em um saco preto, maldito homem-do-saco! Maldita criança que fui, pra acreditar que isso existia.
As portas entortam. Gritos de atormentados são ouvidos por toda a sala de estar. A mesa de jantar não está pronta essa noite, não importa. Ainda assim temos visitas, e elas ficaram furiosas, quando for a hora de jantar.
-Teu soluçar é alto. E o medo transborda, larga tuas armas ao chão, guarde-as na memória, mãos pra cima, e entrega-te a mim. Tentarei ser piedoso dessa vez.
E a silhueta anda entre as chamas, maõs para cima e lágrimas nos olhos. O andar de um condenado vem até o homem de patente, uniforme militar e olhar cruel.
-De joelhos!
O Senhor tristemente ajoelha. O homem mau, se aproxima. Abaixa, e beija-lhe a face. Lágrimas caem. Poem-se em pé, meia-volta, e retorna, derrotado a sua casa suada e de portas tortas. Hora do jantar.
Esconde teu semblante entre paredes,
trancado em tua casa, esperando como quem aguarda o diabo.
E canhões cercam,
E soldados intimidam.
Estas perdido agora.
-Mata-lo-ei, verme!
-Entras e destruirei cada um de teus lacaios, e quando levanteres, estarei montado em tuas costas.
Calor aumenta, a faixa de pedestre queima. E os passantes enfeitiçados.
-Procuras uma saida, vamos. Tranca-te 7 dias e 7 noites, fica no teto de tua casa, e mesmo assim não estaras abrigado.
-Oh Deus, minhas defesas caem e o homem mal agora está lá fora, esperando para entrar de madrugada e botar-me em um saco preto, maldito homem-do-saco! Maldita criança que fui, pra acreditar que isso existia.
As portas entortam. Gritos de atormentados são ouvidos por toda a sala de estar. A mesa de jantar não está pronta essa noite, não importa. Ainda assim temos visitas, e elas ficaram furiosas, quando for a hora de jantar.
-Teu soluçar é alto. E o medo transborda, larga tuas armas ao chão, guarde-as na memória, mãos pra cima, e entrega-te a mim. Tentarei ser piedoso dessa vez.
E a silhueta anda entre as chamas, maõs para cima e lágrimas nos olhos. O andar de um condenado vem até o homem de patente, uniforme militar e olhar cruel.
-De joelhos!
O Senhor tristemente ajoelha. O homem mau, se aproxima. Abaixa, e beija-lhe a face. Lágrimas caem. Poem-se em pé, meia-volta, e retorna, derrotado a sua casa suada e de portas tortas. Hora do jantar.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Grand Théâtre.
O carro é dela. Mas eu guiava.
-Gostou do espectáculo? - perguntou ela.
-Até onde eu estava acordado, sim. - Menti
-Não sei como consegue durmir em uma peça tão linda, dava pra sentir o romance. - Eu senti asco.
-Faltou uma bebida. - Sempre faltava, ainda mais nesses momentos.
-Que merda! Você só pensa nisso, isso me enjoa. - Senti o nojo em sua voz. Isso é bom.
-É o mesmo que a bebida faz comigo.
-Sabe, as vezes nem sei porque estou com você. - Disse ela. Olhando pela janela do carro.
-Vai ver eu trepo bem. A porra da melhor chupada que você ja levou.
-Idiota! Você é mesmo um babaca. - Uma mistura de tristeza e amor.
-Caralho, quer saber, vai a puta queo pariu. Devia ter te deixado na bosta daquele teatro, de preferencia enterrada no jardim. - Eles tinham um belo jardim por lá, com certeza melhor que o lugar onde ela vai me enterrar.
Continuei guiando, ambos em silencio. Tirei um cigarro do meu bolso e acendi, fumar fica muito melhor quando se está dirigindo... dirigir é muito melhor se estou fumando.
-Talvez fosse melhor eu ir embora.
-Ir embora? - Ela perguntou, assustada.
-É. - Um longo trago, sinto a fumaça descer.
-Mas por que, meu amor? - Sentia a tristeza em sua voz, adoro esse som.
-Porra, você não me aguenta mais, é sempre isso, precisa de alguem quem combine com você. - Ela acredita que vou mesmo, bem, eu não iria por nada, ela me sustenta e eu estou muito bem assim. Sendo cuidado. Mas é bom falar que eu vou, ela sempre pede pra mim ficar.
-Não, não é assim, eu te amo. Eu só estou de cabeça quente, sabe como fico. Me perdoa. - As pessoas são tão espertas, pela que o amor faz delas idiotas.
-Eu ainda preciso pensar, não sei se me faz bem ficar com você. - Preciso de uma cerveja pra comemorar isso.
Silencio, mais uma vez. Ouço seu soluço, sei que ela chora. O Cheiro é inconfundivel. Paramos no sinal. Sinal vermelho, já é tarde, tudo vazio. Sem eu perceber, alguem se aproxima do vidro.
-Senhor, tem um trocado? - Sentia o tremor de sua voz, mas ainda não havia olhado em seus olhos.
-Não tenho. - E mesmo que tivesse eu não daria.
-Porra. Espera, eu sei que você tem, só preciso pra comprar comida.
Olhei pra ele, esperando manda-lo a merda, mas o que visualizei, mandou-me muito antes. Era o meu rosto, aquele era eu, igual, embriagado e mau-trapilho, algo que eu sempre fui, algo que sou. Só que na rua, pobre e sem uma mulher pra sustenta-lo.
-Vamos, entra ai, vamos pro bar, vai ser legal conversar comigo mesmo. - Era isso que eu devia ter dito, bem, não disse.
-Vai a merda seu desgraçado, já disse que não tenho um puto pra te dar, e mesmo se tivesse não daria. - É nessa parte que sobe um arrepio.
Endireitou as costas, deu a volta no carro e foi no outro vidro.
-Meu amor, desculpe incomodar, mas você tem algum trocado? Preciso de dinheiro pra comprar comida. - Ele(ou eu) a olha nos olhos, ela retribui.
-Claro. - Com o rosto ainda molhado ela abre a bolsa, estende a mão e entrega pra ele(ou pra mim) umas moedas.
Ele agradece e vai embora.
-Uma pena. - Disse ela. O sinal abre e eu saiu com o carro.
-O que? - Agora nada mais me surpreende.
-Um homem tão bonito e educado, morando na rua.
-Caralho, era só o que me faltava, o que você acha que sou, mulher? - A raiva ecoava em minha voz, Insulto.
-Só achei ele bonito e educado, só isso. - Desprezo, me mata com teu desprezo, e eu a mato com meu amor.
-Eu vou embora mesmo, sua vagabunda.- Ok, ok. Escolha um muro, vire o carro e faça-o colidir.
-Pode ir. - Sem palavras.
Chegamos, subimos o elevador, ela abre a porta e entra, vou a geladeira e pego uma cerveja. Não está gelada o suficiente pra tirar o vermelho de meu rosto, nada estaria gelado a esse ponto. Mas eu sei o que resolve isso.
-Aonde você vai? - pego as chaves e saiu pela porta.
-Dar uma volta. - Grito do corredor.
Desço as pressas pelas escadas, como se minha vida dependesse disso. Nem parece que sou fumante. Entro no carro e saiu. Acelero, estou caçando minha comida, estou caçando meu bem estar.
E fazendo o caminho inverso eu avisto o que procuro. Paro o carro e vou em sua direção, lá estou eu, parado, e eu mesmo, caminhando em minha direção.
Um ataque, dois ataques, agora ele está caido, eu continuo a bater, não vejo resistencia, e quando acabo, sinto minhas mãos socando o asfalto.
Entro no carro, tiro a camisa e a atiro pela janela. O Sangue ainda está em meu rosto.
Paro em um ponto de gasolina, entro na loja e uso o banheiro, lavo meu sangue. Me dirijo ao caixa. O caixa é grande e feio, com certeza está insatisfeito, eu tambem estava a 15 minutos atras.
-Um maço de cigarro, por favor? - Vejo as flores no balcão. - E uma dessas rosas, por favor.
-São 4 reais.
-Pegue 5, fica com o troco, e quer saber, mate alguem.
Volto pro apartamento. Entro e ela está mais linda do que nunca, que mulher fantastica, lhe dou a rosa e roubo um beijo, doce.
Ela me leva pra cama.
-Você é surpreendente, onde você foi? - Ela me pergunta estando pro cima de mim.
-Fui apenas relaxar um pouco. Tenho que parar de andar no caminho contrario ao carrosel de meus sonhos. - Ela sorri, e eu tambem.
Sempre achei que a odiava, mas quer saber? Não odeio ninguem mais do que odeio a mim mesmo. Talvez por fazer o que faço, por ser quem sou, não consiguiria assistir minha vida. E é muito bom socar a minha proprio cara. Contra o asfalto, com força.
-Te amo - Ela diz. Entre beijos e tesão.
-Tambem te amo - Se você me conhecesse, mulher. Odiaria até minhas malditas tripas. Assim como eu odeio.
-Gostou do espectáculo? - perguntou ela.
-Até onde eu estava acordado, sim. - Menti
-Não sei como consegue durmir em uma peça tão linda, dava pra sentir o romance. - Eu senti asco.
-Faltou uma bebida. - Sempre faltava, ainda mais nesses momentos.
-Que merda! Você só pensa nisso, isso me enjoa. - Senti o nojo em sua voz. Isso é bom.
-É o mesmo que a bebida faz comigo.
-Sabe, as vezes nem sei porque estou com você. - Disse ela. Olhando pela janela do carro.
-Vai ver eu trepo bem. A porra da melhor chupada que você ja levou.
-Idiota! Você é mesmo um babaca. - Uma mistura de tristeza e amor.
-Caralho, quer saber, vai a puta queo pariu. Devia ter te deixado na bosta daquele teatro, de preferencia enterrada no jardim. - Eles tinham um belo jardim por lá, com certeza melhor que o lugar onde ela vai me enterrar.
Continuei guiando, ambos em silencio. Tirei um cigarro do meu bolso e acendi, fumar fica muito melhor quando se está dirigindo... dirigir é muito melhor se estou fumando.
-Talvez fosse melhor eu ir embora.
-Ir embora? - Ela perguntou, assustada.
-É. - Um longo trago, sinto a fumaça descer.
-Mas por que, meu amor? - Sentia a tristeza em sua voz, adoro esse som.
-Porra, você não me aguenta mais, é sempre isso, precisa de alguem quem combine com você. - Ela acredita que vou mesmo, bem, eu não iria por nada, ela me sustenta e eu estou muito bem assim. Sendo cuidado. Mas é bom falar que eu vou, ela sempre pede pra mim ficar.
-Não, não é assim, eu te amo. Eu só estou de cabeça quente, sabe como fico. Me perdoa. - As pessoas são tão espertas, pela que o amor faz delas idiotas.
-Eu ainda preciso pensar, não sei se me faz bem ficar com você. - Preciso de uma cerveja pra comemorar isso.
Silencio, mais uma vez. Ouço seu soluço, sei que ela chora. O Cheiro é inconfundivel. Paramos no sinal. Sinal vermelho, já é tarde, tudo vazio. Sem eu perceber, alguem se aproxima do vidro.
-Senhor, tem um trocado? - Sentia o tremor de sua voz, mas ainda não havia olhado em seus olhos.
-Não tenho. - E mesmo que tivesse eu não daria.
-Porra. Espera, eu sei que você tem, só preciso pra comprar comida.
Olhei pra ele, esperando manda-lo a merda, mas o que visualizei, mandou-me muito antes. Era o meu rosto, aquele era eu, igual, embriagado e mau-trapilho, algo que eu sempre fui, algo que sou. Só que na rua, pobre e sem uma mulher pra sustenta-lo.
-Vamos, entra ai, vamos pro bar, vai ser legal conversar comigo mesmo. - Era isso que eu devia ter dito, bem, não disse.
-Vai a merda seu desgraçado, já disse que não tenho um puto pra te dar, e mesmo se tivesse não daria. - É nessa parte que sobe um arrepio.
Endireitou as costas, deu a volta no carro e foi no outro vidro.
-Meu amor, desculpe incomodar, mas você tem algum trocado? Preciso de dinheiro pra comprar comida. - Ele(ou eu) a olha nos olhos, ela retribui.
-Claro. - Com o rosto ainda molhado ela abre a bolsa, estende a mão e entrega pra ele(ou pra mim) umas moedas.
Ele agradece e vai embora.
-Uma pena. - Disse ela. O sinal abre e eu saiu com o carro.
-O que? - Agora nada mais me surpreende.
-Um homem tão bonito e educado, morando na rua.
-Caralho, era só o que me faltava, o que você acha que sou, mulher? - A raiva ecoava em minha voz, Insulto.
-Só achei ele bonito e educado, só isso. - Desprezo, me mata com teu desprezo, e eu a mato com meu amor.
-Eu vou embora mesmo, sua vagabunda.- Ok, ok. Escolha um muro, vire o carro e faça-o colidir.
-Pode ir. - Sem palavras.
Chegamos, subimos o elevador, ela abre a porta e entra, vou a geladeira e pego uma cerveja. Não está gelada o suficiente pra tirar o vermelho de meu rosto, nada estaria gelado a esse ponto. Mas eu sei o que resolve isso.
-Aonde você vai? - pego as chaves e saiu pela porta.
-Dar uma volta. - Grito do corredor.
Desço as pressas pelas escadas, como se minha vida dependesse disso. Nem parece que sou fumante. Entro no carro e saiu. Acelero, estou caçando minha comida, estou caçando meu bem estar.
E fazendo o caminho inverso eu avisto o que procuro. Paro o carro e vou em sua direção, lá estou eu, parado, e eu mesmo, caminhando em minha direção.
Um ataque, dois ataques, agora ele está caido, eu continuo a bater, não vejo resistencia, e quando acabo, sinto minhas mãos socando o asfalto.
Entro no carro, tiro a camisa e a atiro pela janela. O Sangue ainda está em meu rosto.
Paro em um ponto de gasolina, entro na loja e uso o banheiro, lavo meu sangue. Me dirijo ao caixa. O caixa é grande e feio, com certeza está insatisfeito, eu tambem estava a 15 minutos atras.
-Um maço de cigarro, por favor? - Vejo as flores no balcão. - E uma dessas rosas, por favor.
-São 4 reais.
-Pegue 5, fica com o troco, e quer saber, mate alguem.
Volto pro apartamento. Entro e ela está mais linda do que nunca, que mulher fantastica, lhe dou a rosa e roubo um beijo, doce.
Ela me leva pra cama.
-Você é surpreendente, onde você foi? - Ela me pergunta estando pro cima de mim.
-Fui apenas relaxar um pouco. Tenho que parar de andar no caminho contrario ao carrosel de meus sonhos. - Ela sorri, e eu tambem.
Sempre achei que a odiava, mas quer saber? Não odeio ninguem mais do que odeio a mim mesmo. Talvez por fazer o que faço, por ser quem sou, não consiguiria assistir minha vida. E é muito bom socar a minha proprio cara. Contra o asfalto, com força.
-Te amo - Ela diz. Entre beijos e tesão.
-Tambem te amo - Se você me conhecesse, mulher. Odiaria até minhas malditas tripas. Assim como eu odeio.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Dança dos tolos.
Um giro, dois giros... a maçaneta agora. Entro pela porta, tropeçante, sempre.
-Ou, me desculpe! - Esbarrei nela, uma cadeira. Não devia me desculpar.
Fome, sinto minhas entranhas se comendo, ou só o álcool me matando, novamente.
Abro os armários, nem um grão que me agrade. Mais uma cerveja, essa quente.
Recosto-me na janela, e bebo. Bebo mesmo. Um bom gole, me cai como uma pedra, uma dor.
A vista me parece tão melhor agora, a ideia de um corpo caindo, tudo se quebrando. Tomo mais um gole, dessa vez grande, inclino-me no parapeito, me preparo. É agora. Vomito, como doi, é aspero, essa merda ainda me mata. A garrafa cai, e se espatifa.
Recoponho, o pouco que há para recompor.
Que culpa. Mais uma vez eu estive onde não deveria estar.
Entro no quarto. É tão bom ver a silhueta dela, deitada, em paz. Linda. E eu por ai, visitando outros corpos, trocando caricias com vagabundas. Mas, isso não serve, o vagabundo, o sujo, sou eu.
-É você, amor? - ela me pergunta, ainda em sono.
-Quem mais seria?
Ela deita a cabeça e volta a durmir. Ela esperava por mais alguem? Talvez por alguem melhor. Eu sinto raiva, mas não a culpo. É só minha culpa. Culpado, por meus crimes e meus atos.
Tiro os sapatos, jogo-os em qualquer canto.
Deito ao lado dela. Eu deveria dormir no chão, como um rato. Seria bom, ser um rato, poder me esconder nos cantos. Que merda, ainda não me esconderia de meus pensamento.
Que ela não queira um abraço. Só essa noite. Caralho, não.
-Querido? - Ela chama.
Não escuto.
-Amor? -Novamente.
Me chame por desgraçado. Por favor, me ponha pra fora. Saiba o filho da puta que sou.
-Fala - Eu respondo.
-Te acordei?- Tão preocupada.
-Não. O que foi, porra?
-Só queria que você me abraça-se. - Sinto o carinho em sua voz. É bom.
Eu a pego em meus braços. Ela se vira de costas e poem o corpo contra o meu. Ponho minha mão em sua virilha. Trago-lhe ao meu corpo. Ela é fantástica. Perfeita.
Por que as mulheres fantásticas gostam de vermes?
-Te amo. - Ela me ama. É até engraçado. E triste.
-Também te amo.
Seria bom que fosse mentira. Pena que só reparo o quanto gosto dela quando o álcool me sobe a cabeça. Me afoga. Até lá, só finjo ser homem. Homem pra deitar em outros corpos, homem pra ser grosso. Ela me sustenta, cuida de mim.
Espero acordar com minhas malas lá fora, ouvindo que me odeia. Bobagem!
Aproveitemos uma ultima noite, então.
Pego o seu rosto. Beijo sua boca. Uma ultima dança. Um último prazer.
E pela manhã, eu não pensarei que a amo. Uma bela resaca, é só o que a verdade me dá. Mas a ela, nem isso. Continuarei a engana-lá. E vou me odiar, até as minhas malditas tripas. Ai partirei, e pobre dela, enganada.
-Ou, me desculpe! - Esbarrei nela, uma cadeira. Não devia me desculpar.
Fome, sinto minhas entranhas se comendo, ou só o álcool me matando, novamente.
Abro os armários, nem um grão que me agrade. Mais uma cerveja, essa quente.
Recosto-me na janela, e bebo. Bebo mesmo. Um bom gole, me cai como uma pedra, uma dor.
A vista me parece tão melhor agora, a ideia de um corpo caindo, tudo se quebrando. Tomo mais um gole, dessa vez grande, inclino-me no parapeito, me preparo. É agora. Vomito, como doi, é aspero, essa merda ainda me mata. A garrafa cai, e se espatifa.
Recoponho, o pouco que há para recompor.
Que culpa. Mais uma vez eu estive onde não deveria estar.
Entro no quarto. É tão bom ver a silhueta dela, deitada, em paz. Linda. E eu por ai, visitando outros corpos, trocando caricias com vagabundas. Mas, isso não serve, o vagabundo, o sujo, sou eu.
-É você, amor? - ela me pergunta, ainda em sono.
-Quem mais seria?
Ela deita a cabeça e volta a durmir. Ela esperava por mais alguem? Talvez por alguem melhor. Eu sinto raiva, mas não a culpo. É só minha culpa. Culpado, por meus crimes e meus atos.
Tiro os sapatos, jogo-os em qualquer canto.
Deito ao lado dela. Eu deveria dormir no chão, como um rato. Seria bom, ser um rato, poder me esconder nos cantos. Que merda, ainda não me esconderia de meus pensamento.
Que ela não queira um abraço. Só essa noite. Caralho, não.
-Querido? - Ela chama.
Não escuto.
-Amor? -Novamente.
Me chame por desgraçado. Por favor, me ponha pra fora. Saiba o filho da puta que sou.
-Fala - Eu respondo.
-Te acordei?- Tão preocupada.
-Não. O que foi, porra?
-Só queria que você me abraça-se. - Sinto o carinho em sua voz. É bom.
Eu a pego em meus braços. Ela se vira de costas e poem o corpo contra o meu. Ponho minha mão em sua virilha. Trago-lhe ao meu corpo. Ela é fantástica. Perfeita.
Por que as mulheres fantásticas gostam de vermes?
-Te amo. - Ela me ama. É até engraçado. E triste.
-Também te amo.
Seria bom que fosse mentira. Pena que só reparo o quanto gosto dela quando o álcool me sobe a cabeça. Me afoga. Até lá, só finjo ser homem. Homem pra deitar em outros corpos, homem pra ser grosso. Ela me sustenta, cuida de mim.
Espero acordar com minhas malas lá fora, ouvindo que me odeia. Bobagem!
Aproveitemos uma ultima noite, então.
Pego o seu rosto. Beijo sua boca. Uma ultima dança. Um último prazer.
E pela manhã, eu não pensarei que a amo. Uma bela resaca, é só o que a verdade me dá. Mas a ela, nem isso. Continuarei a engana-lá. E vou me odiar, até as minhas malditas tripas. Ai partirei, e pobre dela, enganada.
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