Categorias

Categorias

sábado, 28 de março de 2009

Vocês duas.

Entro em confronto. Comigo mesmo.
-Isso é mau, isso é mal.
Ora essa, eu sei. Ninguem melhor que eu, eu sei.
-Já viu como eu consigo controlar. Ainda tem muitas coisas que você precisa ver, mas essa, você já viu.
-E como é isso?
-Desconforto. Tudo se resumi a isso. Quanto mais desconfortavel eu consigo ser, mais forte eu estou. É que eu me sinto sufocado. Como se houvesse alguem me enforcando, entende? Mas esse alguem, sou eu mesmo. - Sei o que sou.
-Fale mais! - Curiosidade e medo.
-O problema de entrar em guerra com você mesmo, é que as fraquezas são tão visiveis. Tão presentes.
-Quais são elas?
-Eu mesmo sei, que as fraquezas dele são a dor. As minhas, são o amor. E talvez eu controle um com o outro. E eu sei, posso tomar o controle total. Mas é que, os remedios, as pilulas, uma hora não se tornaram fortes o suficiente. Porque do mesmo modo que eu, ele se torna forte as suas fraquezas.
-Então, você vai jogar seus remedios pelo ralo?
-Não. Nada vai pelo ralo. E mesmo assim, preciso aprender a conviver. Independente da dor. Independente da angustia. É com angustia que ele se fortalesse. É com amor, e dor, que ele se enfraquesse. Então, eu te imploro, me permita ser fraco as vezes, me permita. Pois saiba que dentro de tudo, te amo muito.

Deitarei. Com mais uma batalha ganha, mais um round. E até que chegará o momento, que vencerei a guerra.

Fale pra ela, e tenha em tua cabeça: Voltarei a tomar meus remedios. Voltarei as pilulas. Mas semprei tentarei controlar. E no momento que tudo estiver vencido. Eu vencerei. Pode ficar sussegada, não vou me render.

E mesmo assim, obrigado pelo apoio, um abraço forte já me diz tudo. E 0 meu muito obrigado, é mais que gratidão, é um pedido. Confie em mim. E não me negue ajuda, pois eu te ajudarei.

domingo, 22 de março de 2009

Rendição

Essa manhã veio cantando. Entrou rodando, rodando, rodando e rodando. Bonasera, Bonasera, por que me desrespeita tanto? É o que diria Marlon Brando, eu sei. Deveria ter dito isso, é o melhor jeito de ver o mundo. Com os olhos de Marlon Brando.
-O que você quer? - Minha cabeça roda mais do que ela.
-Venho estragar a fantasia do mistério.
-Não, não o meu mistério.
Levanto meus punhos cerrados, suas laterais já estão mordidas pela ansiedade. A quem estou enganando? Nunca ganho uma briga, especialmente com ela. Tente engana-la. Não, não vai funcionar. Você sabe que funciona, é so me dar liberdade. Liberdade? Darei-te o inferno, animal. E espero que fique contente. Amo-te, desgraçado. Vai afundar sem mim, já sabes. Fica calado, volta ao teto de tua casa. Minhas risadas encomodam? O tom de tua palavra me enoja, e ainda sim ouço-te... Sabes que é obrigado a ouvir-me. Está em minha mente. Somos suspeitos de um crime perfeito, sempre seremos. Não. Crimes perfeitos não deixam suspeitos.

E ela vem. Mãos erguidas, é o carrasco mais sexy que já vi. Que belas curvas, morrerei de tesão essa noite, se possivel, morrerei assim a semana toda.
Ela tirá o cigarro de minha mão. Devia ter me permitido mais. Cala-te, criança. Palavras sempre estragam bons momentos.
Apaga-o na palma de minha mão, e vejo minha linha da vida queimar.
Um beijo, e os corpos deitam-se.
Não se luta com uma mulher, não lute se não puder vencer. Onde aprendi a ser homem, não me ensinaram essa lição. Que escola mais vagabunda.

sábado, 14 de março de 2009

Desculpa pelas desculpas


Essa manhã é diferente. Sabe, é o tipo da qual nem deveria acontecer. Talvez pelo calor, pela obra lá fora, por favor, parem de quebrar pedras com britadeiras. Não aguento mais.
Mas a grande diferença dessa manhã é a filosofia, maldita filosofia. Pensamentos, e não sei quem foi o tolo que os inventou, mas poderia fazer a finesa de desinventa-los.
Penso nas palavras da noite anterior, nem todas estão aqui, algumas foram consumidas pelo alcool que eu consumi. Desculpa, é essa que me marca. Senhora, um carinho nunca deve vir acompanhado de desculpas, não faça isso, não essa violencia. Não condeno, cometi o mesmo crime, somos cumplices, alias, sempre fomos, em nossos pensamentos, filosofias e mentiras, e assim como ontem, sempre regadas a alcool. Sinceramente, pra mim foi muito bom o carinho, não me arrependo e não me encomodo, espero que seja o mesmo de sua parte.
Bom, façamos um acordo, retiro minhas desculpas e sinceramente, descarto as tuas. Tu és minha companheira, e sou teu companheiro. Aceitemos que estamos em boas companhias, e como um trato, fiquemos calados. De ontem pra hoje, nada mudou, cantamos as mesmas canções e falamos as mesmas loucuras. Alias, agora que lembrei, precisamos falar de Mozarts e Beethovens, lembrei disso que não complementei ontem. E sinceramente, espero que nada mude, porque em mim não vai mudar, continuarei a amar a sua pessoa, espero que tambem continue a amar-me, e ficaremos felizes assim. Suas respostas são sempre bem vindas, ainda que sejam em letras e não em palavras.

Beijos, e bom fim de semana.

domingo, 8 de março de 2009

Chiqueiro

Tranca-te senhor!
Esconde teu semblante entre paredes,
trancado em tua casa, esperando como quem aguarda o diabo.
E canhões cercam,
E soldados intimidam.
Estas perdido agora.
-Mata-lo-ei, verme!
-Entras e destruirei cada um de teus lacaios, e quando levanteres, estarei montado em tuas costas.
Calor aumenta, a faixa de pedestre queima. E os passantes enfeitiçados.
-Procuras uma saida, vamos. Tranca-te 7 dias e 7 noites, fica no teto de tua casa, e mesmo assim não estaras abrigado.
-Oh Deus, minhas defesas caem e o homem mal agora está lá fora, esperando para entrar de madrugada e botar-me em um saco preto, maldito homem-do-saco! Maldita criança que fui, pra acreditar que isso existia.
As portas entortam. Gritos de atormentados são ouvidos por toda a sala de estar. A mesa de jantar não está pronta essa noite, não importa. Ainda assim temos visitas, e elas ficaram furiosas, quando for a hora de jantar.
-Teu soluçar é alto. E o medo transborda, larga tuas armas ao chão, guarde-as na memória, mãos pra cima, e entrega-te a mim. Tentarei ser piedoso dessa vez.
E a silhueta anda entre as chamas, maõs para cima e lágrimas nos olhos. O andar de um condenado vem até o homem de patente, uniforme militar e olhar cruel.
-De joelhos!
O Senhor tristemente ajoelha. O homem mau, se aproxima. Abaixa, e beija-lhe a face. Lágrimas caem. Poem-se em pé, meia-volta, e retorna, derrotado a sua casa suada e de portas tortas. Hora do jantar.